Um anseio comum aos empresários, CEOs e diretores das empresas de qualquer porte e segmento é o desejo que seus colaboradores sejam engajados como se fossem “os donos do negócio”. Se você é dirigente de uma organização, sabe exatamente do que estou falando. A empresa faz parte de você. Chega ser difícil dizer se você está trabalhando ou se divertindo. Mesmo em uma viagem de férias você não deixa de aproveitar uma oportunidade que pode ser útil para o sucesso do seu negócio. Seu vínculo com a organização vai muito além do dinheiro. Fazer sua empresa dar certo e crescer é algo visceral e que lhe dá profunda satisfação.
Ter esse sentimento presente faz toda a diferença. Pessoas que se sentem como donas do negócios, pensam como donos e por isso os detalhes importantes não passam desapercebidos. Elas buscam constantemente entender o todo da operação, da estratégia e do mercado que estão inseridas, enxergam muito além das suas atribuições, buscando uma visão global e sistêmica. Conseguem perceber melhor as causas dos problemas e consequências das decisões e olham para o futuro. Possuem uma vontade de vencer, pois são motivados por realização, desejando um resultado como reconhecimento de suas vitórias, superações e desafios.
Mas como fazer com que seus funcionários sejam assim?
Essa é verdadeiramente uma pergunta capciosa. Embora a tendência natural seja buscarmos uma resposta única e universal, nesse caso a solução possui amplitude e, por isso, podemos fazer diversos recortes e olhares chegando a mais de um plano de ação.
Venho me debruçando sobre esse tema nos últimos anos, tanto na teoria como na prática, pois além dos estudos e pesquisas, desenvolvemos metodologias de capacitação e desenvolvimento para o empreendedorismo corpotativo e projetos de consultoria para a mudança e aprimoramento cultural que prime por uma cultura incentivadora do protagonismo organizacional. Fruto disso, conclui algumas coisas que irei compartilhar neste texto.
A primeira delas e, no nosso entender, a mais importante de tudo, é OFERECER UM AMBIENTE ONDE ISSO SEJA POSSÍVEL. Embora eu tenha certeza que possuir colaboradores que sejam protagonistas organizacionais é o desejo da grande maioria dos dirigentes de empresas, muitos estruturam suas empresas e criam um clima e uma cultura que praticamente blinda essa possibilidade. Como disse Kurt Lewin, “o comportamento é a função da pessoa no ambiente que ela está inserida”, ou seja, você pode ter excelentes profissionais, mas se sua empresa não propicia um espaço que incentiva o engajamento, novas ideias e a solução de problemas, nada de diferente acontecerá. Em todos os nossos projetos de consultoria, sem exceção, encontramos pessoas que quando incentivadas e ouvidas da forma correta, possuem coisas para dizer, propondo melhorias ou ajudando a solucionar problemas. E mais do que isso, a grande maioria, quando encontra espaço, não se limita apenas a dizer o que pode ser feito, mas sente-se feliz em poder contribuir com a implantação da suas ideias. E interessante é o fato de que esse envolvimento proporciona um retorno ao colaborador em termos de realização profissional. Eles percebem isso como uma espécie de remuneração não financeira, sentindo-se mais desafiados e com maiores oportunidades de aprendizado e desenvolvimento de carreira. Então sugerimos que você comece eliminando todos os obstáculos que dificultem a vontade de ter, compartilhar e implantar novas ideias.
Se você é um dirigente, sugerimos que antes de continuar essa leitura, faça uma lista de tarefas para colocar em prática esse primeiro item. Essa é a base! Sem ela o resto não se sustenta.
Outro ponto importante é CONTRATAR BEM. Como disse Albert Einsten, “todo mundo é um gênio. Mas, se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em uma árvore, ela vai gastar toda a sua vida acreditando que ele é estúpido.”.
Para contratar bem alguns pontos precisam ser observados:
1) Tenha uma descrição do cargo e suas atribuições precisas e atualizadas;
2) Estude detalhadamente o perfil desejado – as principais caracteristicas de personalidade, os valores , os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias e desejáveis;
3) A seleção deve ser feita por profissionais com qualificação e experiência;
4) Disponibilize recusos para a utilização de ferramentas de diagnóstico comportamental e de personalidade para os profissionais que trabalham na seleção. Assim a decisão deles será ainda mais assertiva.
5) Para que seus líderes realizem melhor as entrevistas finais, proporcione treinamentos em entrevistas comportamentais.
Uma vez selecionado um bom candidato e tendo um ambiente propício, o próximo passo é estruturar uma política de FEEDBACK e AVALIAÇÕES DE DESEMPENHO. O colaborador precisa saber o que está fazendo bem e o que precisa melhorar. Uma avaliação de desempenho sistematizada e incorporada a cultura da organização incentiva o desenvolvimento e evita a estagnação.
A partir da avaliação de desempenho, garanta a elaboração de um PLANO DE DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL, onde cada um dos colaboradores tenha um plano de ação para aprimoramento de carreira e reversão de pontos para desenvolvimento.
Além disso, tenha uma política REMUNERAÇÃO ATRATIVA que contemple salários e benefícios compatíveis com o profissional que você deseja e uma remuneração variável que brilhe os olhos e gere interesse.
Por fim, ofereça um PLANO DE CARREIRA PROMISSOR e conhecido por todos. As pessoas se engajam mais quando sabem exatamente quais são os passos que precisam dar para chegar onde almejam.
Contribuindo para o crescimento e desenvolvimento da sua equipe você aumenta as chances de ter protagonistas organizacionais. Lembre-se, ninguém trabalha para empresa alguma, as pessoas, inclusive você, trabalham para sua carreira. A empresa é o meio que você escolheu, como dono ou como funcionário, para ser bem sucedido. Para jogar bem esse jogo é necessário que as regras além de claras sejam do tipo ganha-ganha.