A legitimação dos mentores
Por Rachel Lorenz, enquanto gestora na área de Gestão de Pessoas na Unicred durante o processo de implantação do PMOI.
Temas que envolvem gestão do conhecimento estão em alta. Um Programa de Mentoria é uma oportunidade de fazer essa gestão on the job, na própria área de trabalho do colaborador proporcionando uma troca mais tácita em relação a esse conhecimento.
Na Unicred planejamos a implantação de um Programa de Mentoria motivados pela necessidade de fazer uma melhor gestão do conhecimento interno, que pudesse ser compartilhado de forma efetiva, melhor aproveitado e, consequentemente, valorizando a inteligência interna, tanto como instituição como da perspectiva dos colaboradores.
O apoio da SBDC está sendo fundamental nessa fase, no sentido de dar vida e corpo ao projeto, representando uma força muito grande e a capacidade de estruturação do processo e das metodologias. Temos a cautela de planejar formações por áreas, com a consciência de que não é possível abranger todos os cargos. Nossa intenção é trabalhar a formação continuada, dentro de módulos de desenvolvimento, desde institucionais até o aperfeiçoamento técnico e comportamental de cada função. A mentoria representa a multiplicação dessa estrutura de desenvolvimento.
A participação da área de Gestão de Pessoas está sendo ativa, desde a idealização do projeto, construção, implementação e desenvolvimento. Em todas as etapas haverá envolvimento e acompanhamento da forma como a operação está acontecendo, identificação de melhorias, alinhamentos, passos de acertos e de redefinição, que ocorrem em qualquer início de processo.
As expectativas são bem claras desde a primeira etapa, bem como os pontos críticos. É importante destacar que os mentores devem estar legitimados na profissão e pela própria instituição, caso contrário, a tendência é que nem eles mesmos consigam perceber o papel que desempenham nesse projeto. O nível de comprometimento e engajamento são variáveis, portanto a empresa vai definir suas estratégias de legitimação, que pode ser através de recompensas, como remuneração por mentorias prestadas, ou através do reconhecimento e valorização da referência que o profissional representa para a instituição, através de ações de comunicação interna, por exemplo.
Outro aspecto que pode se caracterizar uma lacuna é quando não existe uma governança na instituição, na qual o processo esteja respaldado. Esse não pode ser um projeto da área de gestão de pessoas, mas da empresa, em nível de gestão executiva. Para que um Programa de Mentoria ganhe forças, precisa ter braços em todas as áreas - direção, colaboradores, mentores e mentorados - para que não corra o risco de entrar em declínio.