Entrevista com Márcio Kaiser: Programa de Mentoria no Banrisul
Márcio Kaiser, gerente, fala sobre o Programa de Mentoria da SBDC na Universidade Corporativa do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A (Banrisul).
QUAL SUA AVALIAÇÃO A RESPEITO DA MENTORIA ORGANIZACIONAL?
MK: Logo que penso em mentoria na organização, penso em intercâmbio de gerações, de troca de experiências, de valorização de talentos, de riqueza de conhecimentos que muitas vezes não são documentados e podem ser perpetuados como uma educação não formal, favorecendo o desenvolvimento dos indivíduos (quem é mentor e quem é mentorado) e da própria organização.
DE QUE FORMA O BANRISUL ESTÁ TRABALHANDO NO DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS E DE COMPETÊNCIAS?
MK: Embora não tenhamos um programa de mentoria estruturado até o momento, estratégias que favoreçam um ambiente de cooperação, colaboração, conexão são desenvolvidas. Recentemente, realizamos o levantamento de necessidades para o plano anual de educação. Essa estratégia envolveu 160 gestores de diversas áreas técnicas, idades, tempo de atuação na organização, entre outras características que desafiam um diálogo que seja de escuta, de compreensão de percepções diferentes, de exposição de opiniões, de identificação de desafios e de soluções.
Momentos como esse tendem a promover um ambiente de aprendizagem organizacional, além da educação presencial e e-learning. Criar conexões entre pessoas e grupos é fundamental. Além disso, há programas de formação, contando com acompanhamento de performance dos profissionais.
ACREDITA QUE A MENTORIA PODE SER UM MÉTODO DE APOIO A ESSE DESENVOLVIMENTO?
MK: Entendo que a mentoria vem ao encontro desse movimento que relatei anteriormente, pois um colaborador ao se dispor, de forma autêntica, para o desenvolvimento de outro colaborador, parte do princípio do desenvolvimento humano para o desenvolvimento organizacional. Ambos, mentor e mentorado, em um processo de acompanhamento sistemático, oportunizam-se crescimento mútuo, cada um no seu papel.
QUANDO FOR OU SE FOR INICIAR UM PROGRAMA DE MENTORIA, QUAIS OS PONTOS QUE CONSIDERA CRUCIAIS?
MK: Acredito que alguns pontos cruciais perpassem por estratégias de educação não formal, bem como mentoria. Entre elas: clareza do papel e das responsabilidade a que se propõem, seja instrutor, colaborador em uma banca de final de curso, mentor; o respeito nas relações e na diversidade que estamos inseridos – individuais e situacionais; a clareza de um planejamento e resultados esperados, considerando o desenvolvimento profissional, entre outros é claro.
Temos um estudo para programa de mentoria interna, procurando estarmos atentos a nossa cultura organizacional e a identidade de uma empresa de economia mista e expressiva como é o Banrisul, no ecossistema a que está integrado.
*Essa entrevista está no nosso livro, Mentoring: Manual do mentor organizacional, escrito por Marcus Ronsoni, Petula Borges e Cássia Marques.*
