Camila Prista, enquanto especialista na área de Desenvolvimento Humano e Organizacional na Eneva, fala sobre o Programa de Mentoria Interno da SBDC. A Eneva é a principal companhia brasileira integrada de energia com negócios complementares em geração, exploração e produção de hidrocarbonetos.
Camila Prista: Já fizemos, aqui na Eneva, a mentoria de uma forma sem estrutura, mais intuitiva, informal, onde quem tem uma demanda vai diretamente no mentor. E, na verdade, o que aconteceu é que não conseguimos ter objetivos e mensurar. Então surgiu a intenção de implantarmos um programa estruturado de mentoria, para avaliar a qualidade e a efetividade.
O maior motivador para começarmos a mentoria agora é que estamos iniciando o primeiro programa de trainee, com um superinvestimento, para 25 trainees, em virtude do crescimento da organização. É um dos maiores projetos de RH e sabemos, pela experiência de outros, que o programa de trainee tem alguns riscos, como a imaturidade, expectativas diferentes em relação à empresa, ansiedade somada a vontade de crescer. Então, como precisamos criar um programa sustentável, estamos investindo, para que tenha qualidade. Entendemos que um dos alicerces que irá apoiar na qualidade do programa e diminuir um pouco da ansiedade desses trainees é ter um mentor para ouvir, apoiar, ser um orientador de carreira e se sentir responsável pelo seu desenvolvimento.
Camila Prista: Conheço outros métodos e consultorias e a impressão que eu tinha é de que era uma coisa um pouco solta, vaga. O que mais gostei nessa abordagem é o fato de ter um tema diferente a cada sessão, coisas que realmente agregam e fazem diferença no processo.
A expectativa que eu tenho é que cada mentor, com uma caixa de ferramenta, terá a possibilidade de milhares de abordagens que irão possibilitar seu próprio desenvolvimento, em liderança, escuta ativa, orientação, quanto do mentorado, que vai ter uma estrutura para a carreira e para a vida, em longuíssimo prazo ainda vai lembrar dos instrumentos que conheceu.
Resumindo, gostei de como o programa está estruturado, das ferramentas disponibilizadas e do acompanhamento, por meio das supervisões. É como se me tirasse a possibilidade de ter um fracasso no processo. Por mais que o mentor não tenha nenhuma experiência em mentoria, o fato de ele ter todo suporte dá uma certa segurança, além de diminuir a resistência em fazer algo que não está acostumado. É um programa que cerca de vários lados, aumentando a chance de sucesso.
Camila Prista: Estamos trabalhando com competências e comportamentos esperados, que nós acreditamos que irão nos direcionar para um crescimento sustentável. A mentoria é uma aposta, uma forma de aumentarmos as chances de sucesso do programa de trainee. Então, basicamente, o objetivo é formar essa geração de novos talentos para que eles tenham aderência com nossa cultura e valores.
Minha expectativa é bastante alta, não só pontualmente, para o programa de trainee, mas para ampliar a mentoria estruturada, que pensamos em manter a longo prazo, até que passe a fazer parte da cultura da organização, onde, mesmo sem supervisão, os profssionais transmitam isso de forma organizada e com alta qualidade.
*Essa entrevista está no nosso livro, Mentoring: Manual do mentor organizacional, escrito por Marcus Ronsoni, Petula Borges e Cássia Marques.*