Entrevista com Cláudia Schledorn, da Elekeiroz: O aprendizado é duplo na Mentoria
Cláudia Schledorn, enquanto coordenadora de Atração e Desenvolvimento na Elekeiroz S.A., empresa química de capital aberto, no mercado há 125 anos, e líder no segmento em que atua. Cláudia fala sobre o Programa de Mentoria Organizacional no desenvolvimento do pessoal da empresa.
POR QUE UM PROGRAMA DE MENTORIA?
Cláudia Schledorn: Trabalhamos com foco no desenvolvimento das pessoas e entendemos que o Programa de Mentoria é uma ferramenta importante de desenvolvimento de carreira, especialmente para profissionais de alto potencial, além de pessoas em posições estratégicas da organização. Antes do lançamento do programa de Mentoria, promovemos um Painel de Liderança com os nossos principais executivos.
Foi uma experiência muito rica e uma oportunidade de conexão com diferentes trajetórias. Esse painel nos provocou uma reflexão de como a experiência de nossos principais líderes poderia inspirar o desenvolvimento profissional dos mais jovens. Hoje, acreditamos que a Mentoria pode promover consciência e transformação das pessoas, seja no âmbito pessoal ou profissional.
QUAL O DIFERENCIAL DA MENTORIA EM RELAÇÃO A OUTROS MÉTODOS UTILIZADOS NO DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS?
Cláudia Schledorn: Consideramos que a educação é transformadora, sempre investimos na formação. Além de outras ferramentas como assessment, coaching interno, plano de desenvolvimento individual, feedback, entre outras. Consideramos a Mentoria uma ferramenta de desenvolvimento. Temos profissionais com vivência sólida que podem contribuir com os desafios que já enfrentaram na sua trajetória profissional. Mas não podemos deixar de citar que o aprendizado é duplo. O mentor também aprende e amplia sua visão de mundo. Iniciamos o Programa de Mentoria através de um projeto piloto.
O que nos motivou pela abordagem foi justamente o uso de uma metodologia de trabalho. Sentimos segurança em trazer aos nossos mentores um passo a passo, para que o processo mantivesse seriedade e foco. Um outro ponto de destaque foi compartilhar o conhecimento que a SBDC nos proporcionou. Sentimos uma identificação com o nosso propósito, de querer fazer acontecer.
QUAL O OBJETIVO DO PROGRAMA NA ELEKEIROZ?
Cláudia Schledorn: O objetivo principal é promover o desenvolvimento de profissionais que queremos reter na organização. Utilizamos como base a nossa Avaliação de Performance que define 8 atitudes esperadas para os profissionais da Elekeiroz. Estabelecemos 3 objetivos com foco no comportamento. Foi um processo de alinhamento entre área de Recursos Humanos e o Comitê de Direção.
COMO ESTÁ SENDO O PROCESSO?
Cláudia Schledorn: Ainda não finalizamos o nosso piloto. Mas posso dizer que os feedbacks recebidos são positivos. Um dos principais depoimentos é que o processo de Mentoria faz você focar e pensar diariamente nos seus comportamentos, o que permite que você tome consciência de suas atitudes. Também há expectativa dos Mentores pela mudança dos seus Mentorados. Penso que o processo não finaliza no término da última sessão, é um vínculo que se estabelece e pode ser inspirador para toda vida.
QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS NA IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DO PROGRAMA DE MENTORIA?
Cláudia Schledorn: São os desafios que nos movem para mudança. Vejo que tudo traz um aprendizado. Mas um ponto fundamental foi o apoio do projeto junto a alta direção. Destaco a participação do nosso CEO, Marcos De Marchi, que é um dos mentores do Programa.
QUAL SEU PRINCIPAL APRENDIZADO ENQUANTO RH?
Cláudia Schledorn: Tenho uma premissa de trabalho: todo projeto passa por um processo. E esse processo é conduzido pelo mentor, com o mentorado, com a participação da Liderança. O comprometimento com que você encara o desafio faz toda diferença no resultado do processo.
QUE SUGESTÕES VOCÊ DARIA PARA PROFISSIONAIS DE RH QUE ESTÃO PLANEJANDO UM PROGRAMA DE MENTORIA?
É importante avaliar a necessidade da sua organização. Buscar informações e se aprofundar sobre o assunto, o que é uma parte fundamental. Também buscar benchmarking com organizações que já têm o processo mais consolidado e entender quais foram os resultados e principais dificuldades.
Compartilhar os objetivos do projeto com as principais lideranças é uma forma de conseguir parceiros para o seu Programa.
No mercado há muito “modismo” e precisamos avaliar a Cultura Organizacional para tomarmos a melhor decisão.
*Essa entrevista está no nosso livro, Mentoring: Manual do mentor organizacional, escrito por Marcus Ronsoni, Petula Borges e Cássia Marques.*
