Adriana Araújo / 8 de abril de 2015
Quem nunca ouviu alguém dizer “Esse já nasceu líder, pois gostava de mandar desde pequeno e na escola sempre se destacava, era o primeiro a levantar o dedo”, alguma lembrança a respeito dessa afirmação?
Será mesmo possível que algumas pessoas já nasçam líderes?
Atualmente as organizações buscam líderes com uma série de atributos e habilidades, tais como: estrategista, planejador, negociador, analítico, inteligente, ousado, criativo, ético, influenciador, competitivo, inspirador, firme, organizado, excelente formação, fluente em pelo menos dois idiomas, foco em resultados, bom ouvinte, resiliente e que trabalhe bem em equipe, ufa! Sinceramente, quantos de nós já nascemos com todos esses atributos e habilidades? Não, não nascemos líderes, nascemos com características de liderança e ao longo da nossa trajetória profissional somos capazes de desenvolver muitas habilidades. Entretanto, a única característica que podemos trazer da nossa infância para essa liderança almejada pelo mercado é pura e simplesmente “Gostar de Gente”, pois gostar de gente é o diferencial de qualquer gestão.
Não importa se você é ou será gestor da área de tecnologia, de finanças ou da área comercial, o mais importante é lembrar que cargos de liderança via de regra trazem consigo uma equipe. Lembre-se em todos os momentos que as empresas são feitas de pessoas, e pessoas de diversas crenças, valores, motivações e propósitos de vida, e seu papel será auxiliar este grupo a caminhar na mesma direção, logo, todas as suas competências se perdem se não gostar de gente. Ouça verdadeiramente estas pessoas, sem julgamentos, e se abra para as críticas construtivas que receberá, sem dúvida estes serão seus principais desafios.
Lembro-me de em dado momento da minha carreira ter tido a sorte de ser liderada por pessoas inspiradoras, de personalidades completamente diferentes, com experiências relevantes e que acreditavam em feedbacks sinceros e estruturados, me ouviram verdadeiramente, me orientaram, criamos juntos, aprendemos. Estes líderes sem dúvida gostavam de gente, o que tornou possível me sinalizarem caminhos que mudaram o rumo de algumas escolhas que eu havia feito, incentivaram a acreditar em mim mesma, e também a não ignorar o que minha intuição ou meu coração me diziam. Esses profissionais foram inspiradores, sempre que a dúvida volta revisito estes momentos e tomo novas decisões ou dou um passo atrás e recomeço.
Entenda quem você realmente é, o que talvez seja o mais difícil pra todos nós, mas também o melhor momento do nosso aprendizado, pois “a pessoa mais difícil de liderar somos nós mesmos”, já dizia John C. Maxwell.
A principal dica que posso compartilhar sobre esse tema é:
– Busque entender suas principais motivações, o seu verdadeiro propósito de vida, conheça profundamente seus valores, pense o que o faz sair da cama todas as manhãs, escreva sobre isso para auxiliar na sua busca do conhecimento sobre você mesmo, tenha um plano de vida, a curto, médio e longo prazo, e de tempos em tempos revisite-o, pois essa é a sua vida, só você pode mudar o seu propósito. Empresa ou pessoa alguma tem mais poder sobre você do que você mesmo, seja corajoso para mudar ou quem sabe decidir manter-se no mesmo lugar, ou ainda optar por recuar e recomeçar todas as vezes que forem necessárias. Tudo isso está ao alcance das suas mãos, e acima de tudo não esqueça a indispensável competência da sua gestão que sempre será “Gostar de gente e liderar a si mesmo”!